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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

EXAME DE CONSCIÊNCIA PARA BOA CONFISSÃO

http://blog.cancaonova.com/ananeri/files/2008/04/libertacao.jpgDevemos procurar um sacerdote santo, da Igreja Católica Apostólica Romana, e fazer uma confissão minuciosa pelo menos uma vez ao ano. Para os pecados de maior urgência, podemos fazer a confissão quantas vezes nos for necessário.

Uma boa confissão é aquela em que nos preparamos com um coração verdadeiramente contrito na presença de Deus. Em que procuramos reconhecer todos os nossos pecados, desde os menores até aqueles que mais nos envergonham. Não podemos deixar nenhum pecado de lado ao fazermos o nosso exame de consciência, pois são os menores pecados que acabam sendo cultivados em nós por acharmos que não têm importância, crescem como uma erva daninha em nosso coração destruindo todas as virtudes que lá existem e depois transformam-se em uma grande ofensa a Deus.


Não podemos ir para a confissão de qualquer jeito, com outras preocupações ou olhando mais para o pecado dos outros do que para nós mesmos. Antes devemos fazer um bom exame de consciência. Aqui você encontra uma lista de perguntas que devemos fazer para nós mesmos com o objetivo de lembrar dos pecados que precisam ser confessados, mas você mesmo pode acrescentar outras perguntas relacionadas com a sua vida, com a sua realidade, para tornar o seu exame de consciência mais completo.

Exame de Consciência
Ruptura com Deus:

•Amo na verdade a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais?

•Preocupei-me por renovar minha fé cristã através da oração, a participação ativa e atenta da missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? Cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal?

•Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos?

•Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada?

•Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só o busco quando o necessito?

•Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou lhe ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão?

Ruptura comigo mesmo:

•Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros?

•Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado por outros? Aceito a mim mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos?

•Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga?

•Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras?

•Caí na fornicação ou cometi adultério?

•Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade?

Ruptura com os irmãos e com a criação:

•Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que o ame?

•Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço?

•Fui obediente a meus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento?

•Preocupo-me em educar na vida cristã meus filhos e em incentivar seu compromisso de vida com o Senhor Jesus?

•Abusei que meus irmãos mais fracos, usando-os para meus fins?

•Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações?

•Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança?

•Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros?

•Participo das obras de evangelização da Igreja?

•Me Preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? cumpri com meus deveres cívicos? paguei meus tributos?

•Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros?

•Sou mentiroso?

•Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? fui violento?

•Procurei ou induzi ao aborto?

•Fui honesto em meu trabalho? Roubei? Fui justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de droga? Caí na fraude ou estelionato?

•Recebi dinheiro ilícito?

Exame de consciência a partir dos 10 Mandamentos
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Amará a Deus sobre todas as coisas. (Primeiro mandamento)
Não tomará o nome de Deus em vão. (Segundo Mandamento) 

•amei a Deus acima de tudo?
•A quem (ou o que) dei a maior atenção?
•Sei na prática o que é confiar no amor e o poder de Deus?
•Confio tudo a Deus ou quero fazer tudo eu sozinho?
•Confio em Deus quando tudo parece ir mal?
•Caí na superstição ou em outra prática religiosa alheia à doutrina cristã?
•Como foi diariamente minha vida de oração?
•Tempo pessoal com Deus; liturgia das horas; oração familiar?
•Louvei a Deus; dei-lhe graças ou me queixei?
•Intercedo por minha família, grupo, Igreja, pelo mundo?
•Orei com o coração, aberto ao Espírito Santo?
•Sei o que é esperar no Senhor, escutá-lo? Tenho feito isso?
•Quando me dá algum ensinamento eu o guardo em meu coração e procuro aprofundá-lo?
•Incluo meu esposo/a (ou outra pessoa formada e prudente) em meu discernimento ou só lhes informo de minhas decisões?; Escuto, obedeço e respeito aos que têm legitima autoridade sobre mim (leis justas, chefes, etc.)?
•Que critérios tenho para determinar se algo que quero fazer é do Espírito Santo ou é meu? Parece-me importante ter e seguir sempre esses critérios?
•Uso os dons que Deus me deu para sua glória?
•Estou aberto a receber novos dons segundo Deus disponha?
•Fui legalista (fazendo sozinho o necessário para cumprir) ou vivo minha fé no Espírito me entregando com todo o coração?
•Procuro conhecer na oração a vontade de Deus para minha vida?
•Obedeço o ensino do magistério ou interpreto à minha maneira?
•O que motiva minha vida, a vontade de Deus ou meus próprios "bons" planos (minha vontade)?
•Permito que Deus me guie ou lhe "entrego" os planos já feitos para que os abençoe?
•Meus gostos, critérios, dúvidas, confusões, pensamentos, atitudes e valores, em que instâncias não estiveram sob o Senhor?
•Meu tempo responde às prioridades de Deus ou às pressões de qualquer pessoa ou ocasião para `ficar bem'?
•Interpreto o que faço na perspectiva da vida eterna? Reflito sobre minha morte, sobre o julgamento final?
•Tenho prioridades claras e sou firme para vivê-las? Perco o tempo (revistas, programas, etc.) que não edificam?
•Tenho um horário e organizo o dia com disciplina, dando tempo a cada área com sabedoria: oração, família, trabalho...? Em que me desordenei? Fico em algo que eu gosto sabendo que é hora de fazer outra coisa?
•Respeito o tempo e necessidades dos outros: quando procuro ajuda, ao telefone, etc..?
•Cuido da saúde, tenho algum vício, falta de exercício, descanso, alimentação... Cuido-me muito?

Santificará o dia do Senhor (Terceiro Mandamento)

•Guardo o dia do Senhor para o Senhor ou trabalho desnecessariamente nesse dia?
•Vou à missa todos os domingos? Adorei e pus todo meu coração em Cristo Eucarístico que me espera no sacrário?
•Eu o amei e consolei pelo tanto que é ofendido?
•Vou a missa diária se puder? Recebi com preparação o Senhor?
•Medito diante da cruz? Procuro seu poder transformador e sua sabedoria como se manifesta em minha vida?
•Peço a Deus a graça de amar a cruz?
•Saí da vontade de Deus para evitar a cruz?
•Uno minha cruz à de Cristo: problemas, doenças, responsabilidades, pessoas, minha idade, minha vocação?
•Procuro a satisfação de todas minhas necessidades físicas e emocionais ou sei me mortificar por amor a Jesus?
•Uno-me à cruz de quem sofre? Sacrifico-me para amar?
•Rejeito o pecado embora este seja aceitável segundo a cultura? Pensei ou atuei levianamente que a retidão dos Santos é "exagero"?
•Evitei a ocasião de pecado: ambientes, programas, más amizades...?
•Procuro que Deus me mostre meu pecado (também pecados velhos e esquecidos)?
•Reconheço e reparo com responsabilidade meus pecados e faltas ou me justifico?
•Quando me corrigem, fico agradecido?
•Quando foi minha última confissão? Minimizei o pecado por pena?; houve mudanças?
•Fiz uma confissão completa ou escondi algo?
•Há algo (hábito, ferida, complexo) que o inimigo usa para seu proveito? O que faço para permitir que Deus me liberte?
•Devo me reconciliar com alguém e não o tenho feito?
•Consagrei a Maria e, se o tiver feito, vivo minha consagração plenamente? Como?
•Aceito seu cuidado maternal? Deixo-me formar por ela? Como?
•Recorro a ela em oração, medito sua vida?
•Estão todas minhas relações à luz do Senhor: amorosas, castas, sões e sinceras?
•Guardo ódios ou inimizades?
•Fui fiel aos compromissos com meus irmãos e com outros? Estou crescendo nestes compromissos?
•Sou confiável no lar, grupo, trabalho...? Cumpro minhas promessas, compromissos?
•Procuro a unidade no Senhor?
•Sou serviçal?
•Sou atento sem ser curioso?
•Sou prudente no que falo e como atuo?
•Sou agradecido pelo serviço de rotina que recebo?

Honrará a teu pai e tua mãe (Quarto mandamento)

•Obedeço, cuido e honro meus pais segundo minha idade e suas necessidades?
•Fico de cara feia?
•Protejo minha casa e os meus das más influências do ambiente? Como?
•Manipulo com meus estados de ânimo e aborrecimentos para que se faça o que quero?
•Permito que outros (pais, amigos) manipulem ou se anteponham ao matrimônio?
•Honro e respeito a meu esposo/a em todo momento?
•Compartilhei com meu esposo/a a visão para a família? O escuto com interesse?
•Expresso amor, carinho e respeito a meu esposo/a? E a meus filhos?
•Detecto os problemas e os enfrento com sabedoria?
•Que medidas tomo para que minha casa seja um lar?
•Sou responsável e ordenado com a economia? Ajudo-lhes para que possam orar, estudar, descansar, ir a seu grupo, cumprir suas responsabilidades?

Não matarás. (Quinto Mandamento)

•De algum modo matei ou atentei contra a vida? 
•Atentei contra a dignidade de alguém?
•Pratiquei o aborto, colaborei para um suicídio ou algum outro tipo de atentado à integridade física e espiritual de alguém?
•Dei apoio a práticas contra a vida como o aborto e a eutanásia?

Não cometerás adultério. (Sexto Mandamento)

•Procurei afetividade fora da ordem do Senhor?
•Como distingo entre sentimentalismo e uma autêntica relação de amor entre irmãos?
•Me relaciono segundo meu estado de ânimo ou o que edifica no amor?
•Fantasias ou atos impuros, comigo mesmo ou com outros?
•Piadas, programas, atitude sedutora, indecência em vestir?
•Obedeço ao plano de Deus para a sexualidade em meu estado de vida?

Não roubarás. (Sétimo Mandamento)

•De algum modo roubei?
•Descuidei-me da propriedade pública ou alheia?
•Aproveito-me do meu de posto para benefício pessoal?
•Deixei de devolver algo ou me aproveitei da ingenuidade de outros para o meu proveito?

Não levantarás falsos testemunhos nem mentirás (Oitavo Mandamento)

•Quem inspira minhas palavras: Deus ou meu ego? Quis dar minha opinião em tudo?
•Digo a verdade? Revelei segredos, julguei ou fiz fofocas?
•Queixei-me procurando comiseração ou desafogo?
•Pus minha atenção ao indevido?
•Falei o que não edifica: piadas grosseiras, que ferem a alguma raça, nacionalidade, etc.?

Não desejarás a mulher do próximo (Nono Mandamento)

•Cobicei a mulher ou o marido de meu próximo?
•Olhei a um homem a uma mulher de maneira impura?

Não cobiçarás os bens alheios (Décimo Mandamento)

•Desejei os bens alheios? 
•Fui invejoso? 
•Fui avaro? 
•Comi mais do que necessito? 
•Fui orgulhoso?

"Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis" - Bento XVI aos mais de 150 mil fieis na Praça de S. Pedro


“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos” – recordou Bento XVI, na serena e ao mesmo tempo vibrante alocução que constituiu a última palavra pública do seu pontificado.
Na véspera de deixar o ministério petrino (amanhã, quinta-feira, 28 de fevereiro, às 20 horas), o Papa quis, antes de mais, “dar graças de todo o coração a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra, alimentando assim a fé no seu Povo”. 
Bento XVI alargou o seu olhar a toda a Igreja e a todo o mundo, assegurando levar a todos no coração, na oração, confiando tudo e todos ao Senhor. E declarou viver este momento com “grande confiança”, na certeza de que “a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida”. “É esta a minha confiança, a minha alegria”.
Foi neste contexto que Bento XVI evocou o dia 19 de abril de 2005, quando assumiu o ministério de Pedro. Ouçamos as palavras com que, mais adiante nesta audiência, o Papa resumiu em português o essencial desta sua alocução:   

Queridos irmãos e irmãs,abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: «É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis». E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito. 

No dia dezanove de Abril de dois mil e cinco, quando 
Na alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento XVI convidou todos a renovarem a sua firme confiança no Senhor, a confiarem-se “como crianças nos braços de Deus (disse), na certeza de que esses braços sempre nos sustentam, permitindo-nos caminhar dia após dia, apesar da fadiga”. 
“Agradeçamos ao Senhor por cada um dos nossos dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!”
Mas não foi só a Deus que Bento XVI quis agradecer neste momento especial da sua vida e antes da conclusão do seu pontificado. Na verdade – recordou – “um Papa nunca está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe toque a primeira responsabilidade”. 

“Nunca me senti sozinho na (responsabilidade) de levar a alegria e o peso do ministério petrino. O Senhor pôs ao meu lado muitas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram com a sua proximidade”.

E aqui o Papa mencionou expressamente: os cardeais, cuja “sageza, conselhos e amizade foram preciosos”, prosseguindo com os colaboradores mais diretos, desde o Secretário de Estado mas incluindo todos os que estão ao serviço da Santa Sé, muitos deles “na sombra, no silêncio e na dedicação quotidiana, com espírito de fé e de humildade”, “um apoio seguro e fiável”. Uma palavra de gratidão também ao Corpo Diplomático, representantes das Nações, e a “todos os que trabalham para uma boa comunicação”, um “importante serviço”. Menção de especial e afetuosa gratidão à “sua” diocese de Roma, a todos os irmãos no episcopado e no presbiterado, todos e todas as consagradas, e todo o Povo de Deus…
“nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre adverti grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Cada dia levei na oração cada um de vós , com coração de pai”. 

Bento XVI agradeceu também de todo o coração as numerosas pessoas de todo o mundo que nas últimas semanas lhe enviaram – disse – “comoventes sinais de atenção, amizade e oração”. 
“Sim, o Papa nunca está só, experimento-o agora uma vez mais, de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantíssimas pessoas sentem-se muito perto dele”.
Não foram só os “grandes do mundo” (chefes de Estado, chefes religiosos, representantes do mundo da cultura…) a escrever – esclareceu Bento XVI. Chegaram-lhe “também muitas cartas de pessoas simples”, que exprimem o que o coração lhes dita mostrando “todo o seu afeto, que nasce do estar conjuntamente com Cristo Jesus, na Igreja”…

“Escrevem como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um elo familiar muito afetuoso. Aqui se pode tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, não uma associação com fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Experimentar a Igreja neste modo e poder assim com que poder tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor, é motivo de alegria, num tento em que tantos falam do seu declínio”.
“Nestes últimos meses senti que as minhas forças tinham diminuído (confessou Bento XVI),, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja”.

“Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios”. 
Na parte final da sua alocução, Bento XVI voltou uma vez mais com o espírito ao início do seu pontificado, há oito anos atrás, ao dia 19 de abril de 2005, para sublinhar que com a sua renúncia não regressa a uma vida “privada”. “A gravidade da decisão (de assumir o ministério petrino) – observou ainda o Papa – estava precisamente também no facto de que a partir daquele momento ficava empenhado sempre e para sempre com o Senhor”.
“Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem qualquer privacidade. Pertence sempre a totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida vem, por assim dizer, totalmente retirada a dimensão privada. Pude experimentar, e experimento-o agora, que uma pessoa recebe a vida precisamente quando a dá”.

“O sempre – insistiu Bento XVI – é também um para sempre – não é um regresso ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério, não revoga isto”.
“Não regresso à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de modo novo junto do Senhor Crucificado”. 
Embora “já sem o poder de ofício para o governo da Igreja”, Bento XVI declarou permanecer “no serviço da oração”, ficando “por assim dizer, no recinto de São Pedro”. E invocou o grande exemplo de São Bento, neste ponto. São Bento “mostrou a via para uma vida, que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus”.
E Bento XVI concluiu convidando todos a viver o caminho da Igreja numa atitude fé:
“Caros amigos! Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor. Obrigado!"

Antes das palavras pronunciadas pelo Papa em português, Bento XVI foi saudado na nossa língua, por Mons. Ferreira da Costa…   
Não faltou como sempre a saudação aos peregrinos lusófonos:   
Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica. - 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


A JMJ EXPLICADA EM QUADRINHOS


Rio de Janeiro (RV) – Uma das iniciativas do COL (Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude, a se realizar em julho, no Rio, é uma história em quadrinhos que explica o objetivo do evento. 
Em entrevista ao Globo, o designer Gabriel Cruz explica que a ideia surgiu nos preparativos para a JMJ: “Eu já era voluntário e trabalhava no setor de preparação pastoral na área de criação de textos. Sugeri aos responsáveis a criação de um texto sobre a origem e objetivos da Jornada Mundial da Juventude numa mídia visual mais atrativa e leve. Não demorou muito pra concluirmos que uma história em quadrinhos seria o caminho ideal”. Gabriel explica que se inspirou nos discursos dos Papas João Paulo II e Bento XVI nas últimas JMJs, para fazer parte do roteiro:
“Tive liberdade total para criar a história, começando de forma cômica e passando à informativa e, depois, reflexiva. Para esta última, recorri à leitura de textos de Monsenhor Luigi Giussani, sacerdote e teólogo italiano, fundador do Movimento de Comunhão e Libertação, e a discursos dos papas.
A história escrita por Gabriel mostra um menino explicando aos pais a origem do evento e sua importância. As ilustrações, no estilo mangá, foram feitas pelo designer e ilustrador Sami Souza, que usou um tablet para acelerar o processo de criação.
O arquivo, que está disponível pelo site oficial do evento, possui ainda versões traduzidas para o inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e polonês. 
A ideia de fazer uma HQ durante o evento, no entanto, não é novidade. Na última edição da Jornada, em 2011, em Madri, foi publicada uma história que contava a vida de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, desde sua eleição, em 2005. Na ocasião, a história foi elaborada por um grupo de católicos estadunidenses com ilustrações de um artista de Cingapura.

Bento XVI e a juventude


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI sempre teve um olhar preferencial para os jovens. De fato, um dos primeiros momentos importantes do seu pontificado foi o encontro com os jovens em Colônia, na Alemanha, para a Jornada Mundial da Juventude. Desde o início da sua missão ele indicou aos jovens a estrada a ser percorrida afirmando que “só Deus que é amor pode dar a verdadeira alegria ao coração”, e pediu que eles testemunhem o rosto alegre e feliz da fé também diante dos que pensam equivocadamente que a vida cristã “é algo cansativo e chato”.
“Queridos jovens – exortou Bento XVI - não tenham medo de colocar à disposição toda a sua vida, dando espaço para Jesus Cristo e seu Evangelho; é a estrada para ter a paz e a verdadeira felicidade no íntimo de nós mesmos, é a estrada para a verdadeira realização de nossa existência de filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança".
Já em sua mensagem pela 45ª Jornada Mundial da Paz celebrada em 1º de janeiro de 2012 o Papa Bento XVI fez um especial chamado aos jovens a não desanimarem diante das dificuldades, a não terem medo do sacrifício e a procurarem sempre Deus para viver os ideais do bem e da beleza.
“Queridos jovens, vocês são um dom precioso para a sociedade. Não se deixem vencer pelo desânimo diante das dificuldades e não se entreguem às falsas soluções, que com freqüência se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas".
“Nunca se sintam sozinhos! A Igreja confia em vocês, os acompanha, os encoraja e deseja lhes oferecer o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz”.
Sobre a relação de Bento XVI com os jovens, nós conversamos com um dos diretores da Rede Vida de Televisão, João Monteiro Neto. (SP)

"O Senhor chama-me a subir ao monte a rezar. O que não significa abandonar a Igreja": Bento XVI no seu último Angelus



Segundo domingo da Quaresma. Último Angelus do Papa Bento XVI. Come sempre ao longo destes oito anos de pontificado, Bento XVI apareceu ao meio dia à janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro para a oração mariana do Angelus com os fiéis ali reunidos. Mas a Praça estava insolitamente repleta de fieis vindos de vários cantos da Itália, do mundo, para o saudar, o agradecer, exprimir-lhe, mais uma vez, o imenso afeto e estima que têm e continuarão a ter por ele. Acreditamos na Igreja una santa, católica e apostólica, lia-se num grande cartaz assinado “Papaboys”. Jovens, adultos, anciãos, romanos, peregrinos, turistas, polícias, voluntários, membros da Cruz Vermelha, da Proteção Civil… que desafiaram o frio e que lá estavam todos de olhos para a janela e de coração aberto para ouvir o Santo Padre… *
Bento XVI falou, como é costume, do texto evangélico da liturgia deste domingo: a Transfiguração do Senhor narrada por São Lucas. Jesus que reza, numa espécie de retiro espiritual, juntamente com Pedro, Tiago e João, no Monte Tabor. Enquanto ora transfigura-se, como que oferecendo aos discípulos uma antecipação da sua glória, Ele que já tinha pré-anunciado a sua morte e ressurreição. Tal como no batismo ressoa – frisa o Papa – a voz do Pai celeste. “Este é o meu filho, o eleito, escutai-o!”. Pedro, numa tentativa impossível de pôr termo àquela experiência mística diz “Maestro, como é belo para nós estar aqui”. Meditando sobre este texto evangélico podemos tirar três ensinamentos muito importantes – disse Bento XVI. 
“Antes de mais, a primazia da oração, sem a qual todo o empenho do apostolado e da caridade se reduz a ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá respiro à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como Pedro queria que fosse no Monte Tabor, ma a oração recondução ao caminho, à ação”. 
Referindo-se depois à sua mensagem para a Quaresma, o Papa recordou também que “a existência cristã é um contínuo subir ao monte do encontro com Deus, descendo depois com o amor e a força que daí vem, por forma a servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus”. 
Palavras de Deus que o Papa – interrompido a este ponto duas vezes por intensos aplausos - disse sentir particularmente dirigida a eles neste momento da sua vida: 
“O Senhor me chama a “subir ao monte”, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, antes pelo contrário, se Deus me pede isto é precisamente para que possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com que o fiz até agora, mas de uma forma mais adapta à minha idade e às minhas forças”. 
Depois de invocar Nossa Senhora para nos ajude a todos a seguir Cristo na oração e na caridade, o Papa saudou os peregrinos em diversas línguas, agradecendo sempre pelas orações e afeto e oração que lhe têm nestes dias. Eis a sua breve saudação em português: 
Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus: obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade, em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o bom Deus vos cumule de todas as bênçãos.
Não faltou neste domingo o tweet do Papa em que se lê: “Neste momento particular, peço-vos que rezeis por mim e pela Igreja, confiando sempre na Providência de Deus”.