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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Eleições 2014, a Igreja faz o seu papel: Orienta seus fieis

VAMOS VOTAR COM CONVICÇÃO E INDIGNAÇÃO


1 – Todos os dias, ouvimos falar de políticos com mandato que desrespeitam o povo e até roubam. Ainda tem sentido falar de política e votar?

Sim! Façamos duas reflexões, primeiro: Quem desiste quando as coisas estão ruins também deixa de usufruir delas quando melhoram. A hora é de ação, reação, luta, perseverança. Segundo: Já que estamos vendo e sentindo na consciência e no bolso o efeito de tantas roubalheiras e maracutaias, vamos nos unir e dizer não àqueles que usam do povo para enriquecer e obter mais poder. Pior seria se nós não estivéssemos sabendo do que está acontecendo, e fôssemos “inocentes inúteis” a serviço de malandros que pedem nosso voto como se tivessem como única intenção o bem comum.

2 – Mas o clima é de desânimo. O povo parece que cansou da política e dos políticos...
Justamente. Esta é a hora de surpreender os políticos preguiçosos e corruptos, pegando-os  desprevenidos. A nossa reação, consciente e comprometida, fará com que os politiqueiros e suas politicagens sofram uma derrota na história. O povo é maior e tem mais poder que os “políticos profissionais”; se nos unirmos, os derrotaremos e, como consequência, teremos um Brasil mais justo e humano. Porém, se não reagirmos, afundaremos ainda mais e as vítimas mais prejudicadas serão os empobrecidos, os excluídos, os marginalizados, os homens e mulheres “invisíveis” que vivem à margem do direito e da justiça, e que a maioria de nós, a começar pelos políticos, não veem ou fazem de conta que não veem.

3 – De onde tirar força para essa reação?
Da vergonha de cruzar os braços enquanto o povo é roubado, da força que temos para desbancar a ladroagem, do poder que possuímos de ir às ruas e dizer não à corrupção, da capacidade que encontramos ao pressionar os diversos poderes da República, fiscalizando-os do direito constitucional de votar naqueles candidatos que estão de acordo com o que temos na consciência, do valor do nosso voto que não tem preço, da indignação que sentimos ao ver tantos desvios de verbas e de projetos fantasmas eleitoreiros, da fé que professamos num país melhor a partir das convicções que temos e que nos vêm da Sagrada Escritura, dos documentos eclesiais universais e locais, da união entre fé e vida.

4 – O fato de não votar, ou votar em qualquer candidato só para cumprir uma obrigação, ou ainda anular ou votar em branco, é falta de cidadania?
Sim. Porque nesse caso cometemos duas falhas graves contra nós mesmos e contra todo o povo: a omissão e a cumplicidade. Pela omissão lavo as minhas mãos, como fez Pilatos diante de Jesus, demonstrando que prefiro covardemente ficar de fora do que, corajosamente me posicionar. Pela cumplicidade me uno e aprovo a situação política vergonhosa onde brilham estádios de futebol fabulosos ao lado de escolas e hospitais que não têm a mínima condição de funcionamento, mas que são os únicos que o “povo pentacampeão” de futebol tem à sua disposição...

5 – Isso quer dizer que somos responsáveis por aqueles que elegemos e pelos seus mandatos?
Sim! Quem vota em ladrão compactua e aprova o roubo; quem vota em corrupto faz-se parceiro dele; quem vota em candidato que vive do poder, dá à ele licença para usar o poder me proveito próprio; quem vota em traficante diz “sim” às drogas que sacrificam centenas de milhares de adolescentes e jovens; quem vota em parente só porque é parente troca o comunitário pelo individual, o bem comum pelo bem pessoal. O meu, o teu, os nossos votos tem consequências, e muitas. Quando votamos mal, ou não votamos, abrimos a porta para a bandidagem, para a acumulação de bens, para a miséria.

6 – E o que o meu voto tem a ver com os mandatos dos eleitos?
Muito! Se eu voto mal, sem convicção e responsabilidade, dou àqueles em quem voto o “direito” de usarem de seus mandatos para fazerem do Estado e da Nação o “quintal” em que eles plantarão e colherão o que interessar a eles, e não ao povo. É entregar o galinheiro às raposas; é atirar em nossos próprios pés. Ou seja, somos imbecis quando elegemos aqueles que, com o poder que conferimos a eles, vão nos prejudicar, marginalizar e excluir.

7 – Tenho o direito de ser fiscal de quem foi eleito?
Não só o direito, mas também o dever. Não é estranho que a maioria das pessoas não lembre em quem votou nas eleições passadas? Isso prova a nossa falta de cidadania e ausência em nós de sermos responsáveis por quem elegemos. Fiscalizar não é algo ilegal; antes, é sinal de maturidade política. Temos orgulho do nosso país, mas ainda continuamos a eleger muitos aproveitadores que, além de não servirem à comunidade, ainda riem de nós. Enquanto o nosso voto não for consciente e levado realmente à sério, seremos palhaços que divertem e enriquecem os politiqueiros que usam e abusam de nossa “inocência” farisaica.

8 – O que posso fazer para votar bem?
Posso e devo conhecer o melhor possível os candidatos, saber quais são as funções que deverão ser desempenhadas e ouvir atentamente o que dizem as entidades e organizações não vinculadas aos partidos políticos, como a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

9 – Quais são as funções do Presidente da República?
O Presidente da República é:
O chefe do Poder Executivo da União;
O responsável pela nomeação dos Ministros que auxiliam no governo da Nação;
Quem propõe ao Congresso (Câmara dos Deputados e Senado) planos, diretrizes e políticas de integração, com as devidas prioridades, para assegurar um amplo desenvolvimento econômico e social;
Quem prevê orçamentos e investimentos do tesouro nacional;
Quem mantém relações com os Estados estrangeiros e designa seus representantes diplomáticos;
Quem concede indulto e comutação de penas;
Quem nomeia, após aprovação do Senado Federal, Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o Presidente e os Diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;
Quem promove e extingue os cargos públicos federais, na forma da lei;
Quem edita as medidas provisórias com força de lei;
Quem permite, nos casos previstos em lei complementar à Constituição, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.


10 – Quais são as funções dos Senadores?
 Os Senadores:
Representam os Estados no Congresso Nacional;
Votam as leis nacionais;
aprovam os Ministros do Tribunal de Contas da União, o Presidente do Banco Central, os presidentes de algumas outras instituições públicas, os Procuradores gerais da República, os Magistrados e Chefes de missões diplomáticas;
Autorizam as operações financeiras externas e as condições de crédito;
Opinam diretamente sobre as propostas do Presidente da República  e dos Ministros;
Julgam e processam o Presidente da República, o Vice-Presidente e os Ministros de Estado nos crimes de responsabilidade;
Fixam, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Suspendem a execução, no todo, ou em parte, da lei declarada inconstitucional por decisão do Supremo Tribunal Federal.


11 – Quais são as funções dos Deputados Federais?
Os Deputados Federais:
Representam o povo no Congresso Nacional;
Responsabilizam-se pelas leis de interesse da coletividade;
Fiscalizam o Governo Federal e as instituições públicas;
Junto com os Senadores, aprovam o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e as operações de crédito, entre outras;
Pedem prestação de contas ao Executivo;
Fazem propostas de ação ao Executivo;
Criam as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar atos do Governo nas diversas instâncias, planos e políticas públicas.


12 – Quais as funções dos Deputados Estaduais?
Os Deputados Estaduais:
Representam os interesses da população na Assembleia Legislativa;
Legislam sobre a organização da vida do povo em questões de abrangência estadual, contanto que não importem em despesas para o Executivo;
Aprovam as políticas públicas e o orçamento apresentado pelo Executivo;
Fiscalizam as iniciativas do Governo Estadual;
Criam CPIs, quando necessárias, visando a transparência de questões de interesse público e o bom funcionamento das Instituições do Estado.


13 – Quais são as funções dos Governadores?
Os Governadores:
Administram os Estados da União para o qual foram eleitos;
São os responsáveis pela nomeação de secretários estaduais e outros cargos políticos de confiança;
Apresentam seus projetos à Assembleia Legislativa para aprovação, com as devidas receitas e despesas nas áreas da saúde, da educação e da segurança, entre outras;
Sancionam ou vetam leis aprovadas pelos deputados estaduais;
Emitem decretos e regulamentos, devendo prestar contas ao Tribunal de Contas dos Estados (TCEs), conforme a Constituição Federal e a Constituição Estadual.


14 – Qual a importância de conhecer as funções dos que serão eleitos?
Muitas, entre elas as seguintes:
Votar sabendo o que esperamos daqueles que estamos elegendo;
Conhecer os deveres que os eleitos têm para que os fiscalizemos;
Saber se o que prometem está dentro das funções atribuídas aos cargos a que se candidataram.

Quanto mais soubermos a respeito de seus deveres, tanto mais votaremos com convicção e consciência.

15 – Com a palavra, Papa Francisco:
“Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente a sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos que levem verdadeiramente a sério à sociedade, o povo, a vida dos pobres.” (A Alegria do Evangelho, 205).
PADRE CRISTOVAM LUBEL
Brasil que nos oriente


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